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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Inglês em tempos de globalização: para além do bem e do mal (English in the age of globalization: beyond good and evil)


Inglês em tempos de globalização: para além do
 bem e mal
Existem  três leituras para o fenômeno do vínculo inalienável entre globalização e inglês:
a leitura ingênua, que vê a mundialização da língua como natural e neutra; a leitura
crítica, fortemente timbrada pela ideologia nacionalista e antiimperialista, que 
a interpreta como mais uma instância da dominação
americana sobre o mundo; e a leitura crítica da leitura crítica, que
aponta os limites da posição anti-imperialista na nova ordem
mundial posta pela globalização. Contudo, qualquer que seja a leitura,
ninguém quer/pode esperar mais para aprender inglês. Essa urgência
nos coloca cara a cara com a ineficiência histórica da escola pública
para ensinar língua estrangeira, prerrogativa dos cursos livres de
idiomas, situação que vinha/vem fazendo do domínio do inglês,
entre outras línguas, um capital cultural garantido apenas para filhos
das classes mais abastadas. Para esses, começa a assomar no
horizonte também as chamadas escolas bilíngües. E para os outros,
os desvalidos da sorte?
Palavras-chave: globalização, educação pública, ensinoaprendizagem de LE.
Antes de falar inglês o mundo falou latim e francês. Contudo, diferentemente do que ocorrera com o latim
e o francês, línguas usadas, sobretudo, para a enunciação
da alta cultura e, portanto, domínio restrito de uma elite
intelectual e dirigente, nos tempos da globalização, o inglês se dissemina por todas as esferas de atividades sociais. Em nenhum outro tempo da história da humanidade,
os homens precisaram tanto de uma língua comum como
agora, ao serem reunidos pelo/no ciberespaço.
As interações entre falantes de diferentes línguas
sempre ocorreram e sempre deram origem a meios de comunicação comuns: línguas francas, sabirs, pidgins, crioulos, línguas veiculares etc. Enquanto as fronteiras só
eram atravessadas no ritmo dos pés humanos, dos cavalos e das canoas, e a comunicação se resumia à interação
face a face, a necessidade de uma língua comum não se
impunha com a mesma veemência. O aperfeiçoamento da
indústria da navegação, que tornara possível aos homens
reencontrar partes de sua espécie separadas por mares, e
a invenção da escrita e depois da imprensa, que ampliara a
possibilidade de comunicação para além da imediatez da
interação face a face aumentara a necessidade de uma
língua comum. Os trens, os carros, os aviões só têm feito
encurtar as distâncias entre os homens. O telefone permitiu
 que pessoas, separadas no espaço, co-habitassem um
mesmo tempo, assim como o rádio e a televisão.
Contudo, nenhum desses meios de circulação e
comunicação comprimira as distâncias entre os homens
[ Ana Antônia de Assis-Peterson e Maria Inês Pagliarini  ]


English in the age of globalization: beyond 
good and evil

There's  three interpretations for the
phenomenon of the bond between globalization and English. First,
it recalls the naïve position that sees the worldliness of English as
natural and neutral. Second, it presents the critical view deeply
marked by the nationalist and anti-imperialist ideology that
understands the spread of English as another dimension of USA
domination over the world. Finally, the third view is the critical
viewpoint of the critical viewpoint that points out the limitations
of the anti-imperialist position in the new world order imposed by
globalization. However, whatever the interpretation is, no one
wants or can wait any longer to learn English. These urges place us
face to face with the historic inefficiency of Brazilian public schools
to teach foreign languages. Along the years the privilege of efficient
teaching has been allocated to private language institutes. Such
situation has been turning the competent learning of English among
other languages into a cultural asset guaranteed only to the children
of wealthy classes in Brazilian society. For the wealthy, on the
horizon appears the so called bilingual school. And what is there for
the others, for the underprivileged?


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