Seguidores

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Educação inclusiva no Brasil: sonho ou realidade?

Educação inclusiva no Brasil: sonho ou realidade?




Educação Inclusiva é um processo, construído gradualmente, por professores, alunos, comunidade escolar, familiares, autoridades da área educacional, estudiosos. 
O meu entendimento diz que é necessário competência, afeto e dedicação . Existem muitos projetos de inclusão hoje em dia. Acredito que todos  tenham sido criados com a intenção de incluir mas não acredito  que todos sejam aplicados com esse intuito. 
E sim, o professor tem tudo a ver com isso. Está faltando afetividade na relação professor/aluno. Sabemos que falta muita coisa na sala de aula mas o afeto é primordial, ele quebra barreiras , destrói a  má competitividade deixando apenas o lado  saudável......
O projovem me deu a grande chance de vivenciar essa realidade. Eu simplesmente  me apaixonei e me entreguei a esse projeto. 
Isso despertou em mim uma vontade de estudar, me qualificar, me especializar em assuntos inerentes à educação popular.
Vemos projetos servindo de cabides de emprego onde o que vale mais não é a competência, a dedicação e o afeto que o educador tem para com esses alunos especiais. Existem aqueles que se valem de uma amizade para estar no processo mas não se interessa por ele. 
É sabido que em um projeto, quando há evasão de alunos , o quadro de professores é diminuído. Como fazer esse enxugamento? Por competência? Por ordem na classificação do concurso? Pelo grau de amizade?
Muitas coisas acontecem e não há uma fiscalização rigorosa para o controle disso. 
Até quando a sociedade vai pagar a conta daqueles que simplesmente não se importam com eles?





POR EDUCAÇÃO INCLUSIVA SE ENTENDE O PROCESSO DE INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS OU DE DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM NA  REDE COMUM DE ENSINO EM TODOS OS SEUS GRAUS.


A chamada Educação Inclusiva teve início nos Estados Unidos através da Lei Pública 94.142, de 1975 e, atualmente, já se encontra na sua segunda década de implementação.
 
Há em todo Estados Unidos o estabelecimento de programas e projetos dedicados à Educação Inclusiva:


  1) O departamento de Educação do Estado da Califórnia iniciou uma política de suporte às escolas inclusivas já implantadas;
  2) O Vice- Presidente Al Gore criou uma Supervia de Informática direcionada à uma política de telecomunicações baseada na ampliação da rede de  informações para  todas as escolas, bibliotecas, hospitais e clínicas.
  3) Há um cruzamento entre o movimento da Educação Inclusiva  e a busca de uma escola de qualidade para todos;
  4) Há propostas de modificações  curriculares visando a implantação de programas mais adaptados às necessidades específicas das crianças portadoras de deficiência. Tendo sido dada uma ênfase especial no estabelecimento dos componentes de auto-determinação da criança portadora de deficiência. As equipes técnicas das escolas também sido trabalhadas para fornecer um atendimento mais adequado ao professor de classe comum.
  5) Há o acompanhamento, através de estudos e pesquisas, a respeito dos sujeitos que passaram por um processo de educação inclusiva. Eles tem sido observados através da análise de sua rede de relações sociais,  atividades de laser,  formas de participação na comunidade, satisfação pessoal,etc. Um dos maiores estudos de follow-up é o da Universidade de Minnesota que apresenta um Estudo Nacional de Transição Longitudinal.
  6) Também tem sido acompanhados os Serviços dos Programas de Educação que trabalham com a Educação Inclusiva.
  7) Boa parte dos  estados norteamericanos estão aplicando a Educação Inclusiva : Estado de New York, Estado de Massachussets, Estado de Minnesota, Estado de Daytona, Estado de Siracusa, Estado de West Virgínia, etc.




 
Deverão ser privilegiados os seguintes aspectos na montagem de uma política educacional de implantação da chamada escola inclusiva:


  1. Desenvolvimento de políticas distritais de suporte às escolas inclusivas;
  2. Assegurar que a equipe técnica que se dedica ao projeto tenha condições adequadas de trabalho.
  3. Monitorar constantemente o projeto dando suporte técnico aos participantes, pessoal da escola e público em geral.
  4. Assistir as escolas para a obtenção dos recursos necessários à implementação do projeto.
  5. Aconselhar aos membros da equipe a desenvolver novos papéis para si mesmos e os demais profissionais no sentido de ampliar o escopo da educação inclusiva.
  6. Auxiliar a criar novas formas de estruturar o processo de ensino-aprendizagem mais direcionado às necessidades dos alunos
  7. Oferecer oportunidades de desenvolvimento aos membros participantes do projeto através de grupos de estudos, cursos, etc.
  8. Fornecer aos professores de classe comum informações apropriadas a respeito das dificuldades da criança, dos seus processos de aprendizagem, do seu desenvolvimento social e individual.
  9. Fazer com que os professores entendam a necessidade de ir além dos limites que as crianças se colocam,  no sentido de levá-las a alcançar o máximo da sua potencialidade. 
  10. Em escolas onde os profissionais tem atuado de forma irresponsável, propiciar formas mais adequadas de trabalho. Algumas delas podem levar à  punição dos procedimentos injustos ( esse é um dos maiores problemas pois alguns educadores usam  projetos como cabides de empregos se valendo das costas quentes para agir de forma contrária  com o apoio do órgão competente e assim prejudicam o bom andamento do projeto sem que os mesmos sofram punições).
  11. Propiciar aos professores novas alternativas no sentido de implementar formas mais adequadas de trabalho.



O conceito de inclusão não é:

  - levar alunos às classes comuns sem o acompanhamento do professor especializado
  - ignorar as necessidades específicas do aluno
  - fazer os alunos seguirem um processo único de desenvolvimento, ao mesmo tempo e para todas as idades
  - extinguir o atendimento de educação especial antes do tempo
  - esperar que os  professores de classe regular ensinem os alunos portadores de necessidades especiais sem um suporte técnico.




Profa. Dra. Leny Magalhães Mrech
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo


Nenhum comentário: